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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Cecilia Meireles


eu simplismente adoro a     Cecília Meireles é uma das grandes escritoras da literatura brasileira. Seus poemas encantam os leitores de todas as idades. Nasceu no dia 7 de novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro e seu nome completo era Cecília Benevides de Carvalho Meireles.
Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes de seu nascimento). Foi criada pela avó Dona Jacinta. Por volta dos nove anos de idade, Cecília começou a escrever suas primeiras poesias.  
Formou-se professora (cursou a Escola Normal) e com apenas 18 anos de idade, no ano de 1919, publicou seu primeiro livro “Espectro” (vários poemas de caráter simbolista). Embora fosse o auge do Modernismo, a jovem poetisa foi fortemente influenciada pelo movimento literário simbolista. 
No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias. Com ele, a escritora teve três filhas.  
Sua formação como professora e interesse pela educação levou-a a fundar a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro no ano de 1934. Escreveu várias obras na área de literatura infantil como, por exemplo, “O cavalinho branco”, “Colar de Carolina”, “Sonhos de menina”, “O menino azul”, entre outros. Estes poemas infantis são marcados pela musicalidade (uma das principais características de sua poesia). 
O marido suicidou-se em 1936, após vários anos de sofrimento por depressão. O novo casamento de Cecília aconteceu somente em 1940, quando conheceu o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira.  
No ano de 1939, Cecília publicou o livro Viagem. A beleza das poesias trouxe-lhe um grande reconhecimento dos leitores e também dos acadêmicos da área de literatura. Com este livro, ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. 
Cecília faleceu em sua cidade natal no dia 9 de novembro de 1964.  
Relação de suas obras: 
  • Espectro - 1919
  • Criança, meu amor - 1923
  • Nunca mais... - 1923
  • Poema dos Poemas -1923
  • Baladas para El-Rei - 1925
  • O Espírito Vitorioso - 1935
  • Viagem - 1939
  • Vaga Música - 1942
  • Poetas Novos de Portugal - 1944
  • Mar Absoluto - 1945
  • Rute e Alberto - 1945
  • Rui — Pequena História de uma Grande Vida - 1948
  • Retrato Natural - 1949
  • Amor em Leonoreta - 1952
  • 12 Noturnos de Holanda e o Aeronauta - 1952
  • Romanceiro da Inconfidência -1953
  • Poemas Escritos na Índia - 1953
  • Batuque - 1953
  • Pequeno Oratório de Santa Clara - 1955
  • Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro - 1955
  • Panorama Folclórico de Açores -1955
  • Canções - 1956
  • Giroflê, Giroflá - 1956
  • Romance de Santa Cecília - 1957
  • A Rosa - 1957
  • Obra Poética -1958
  • Metal Rosicler -1960
  • Solombra -1963
  • Ou Isto ou Aquilo -1964
  • Escolha o Seu Sonho - 1964 mais os poemas que eu adoro é : Meu Sonho (Cecília Meireles)

    Parei as águas do meu sonho
    para teu rosto se mirar.
    Mas só a sombra dos meus olhos
    ficou por cima, a procurar...
    Os pássaros da madrugada
    não têm coragem de cantar,
    vendo o meu sonho interminável
    e a esperança do meu olhar.
    Procurei-te em vão pela terra,
    perto do céu, por sobre o mar.
    Se não chegas nem pelo sonho,
    por que insisto em te imaginar?
    Quando vierem fechar meus olhos,
    talvez não se deixem fechar.
    Talvez pensem que o tempo volta,
    e que vens, se o tempo voltar.


    Motivo (Cecília Meireles)

    Eu canto porque o instante existe
    e a minha vida está completa.
    Não sou alegre nem triste:
    sou poeta.
    Irmão das coisas fugidias,
    não sinto gozo nem tormento.
    Atravesso noites e dias
    no vento.
    Se desmorono ou edifico,
    se permaneço ou me desfaço,
    - não sei, não sei. Não sei se fico
    ou passo.
    Sei que canto. E a canção é tudo.
    Tem sangue eterno e asa ritmada.
    E sei que um dia estarei mudo:
    - mais nada
    Traze-me (Cecília Meireles)Traze-me um pouco das sombras serenas
    que as nuvens transportam por cima do dia!
    Um pouco de sombra, apenas,
    - vê que nem te peço alegria.
    Traze-me um pouco da alvura dos luares
    que a noite sustenta no teu coração!
    A alvura, apenas, dos ares:
    - vê que nem te peço ilusão.
    Traze-me um pouco da tua lembrança,
    aroma perdido, saudade da flor!

    -Vê que nem te digo - esperança!
    -Vê que nem sequer sonho - amor!


    Timidez (Cecília Meireles)
    Basta-me um pequeno gesto,
    feito de longe e de leve,
    para que venhas comigo
    e eu para sempre te leve...
    - mas só esse eu não farei.
    Uma palavra caída
    das montanhas dos instantes
    desmancha todos os mares
    e une as terras mais distantes...
    - palavra que não direi.
    Para que tu me adivinhes,
    entre os ventos taciturnos,
    apago meus pensamentos,
    ponho vestidos noturnos,
    - que amargamente inventei.
    E, enquanto não me descobres,
    os mundos vão navegando
    nos ares certos do tempo
    ,
    até não se sabe quando...
    e um dia me acabarei.

    Canção (Cecília Meireles)

    Não te fies do tempo nem da eternidade,
    que as nuvens me puxam pelos vestidos
    que os ventos me arrastam contra o meu desejo!
    Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
    que amanhã morro e não te vejo!
    Não demores tão longe, em lugar tão secreto,
    nácar de silêncio que o mar comprime,
    o lábio, limite do instante absoluto!
    Apressa-te, amor, que amanhã eu morro
    ,
    que amanhã eu morro e não te escuto!
    Aparece-me agora, que ainda reconheço
    a
    anêmona aberta na tua face
    e em redor dos muros o vento inimigo...
    Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
    que amanhã eu morro e não te digo...

    Serenata (Cecília Meireles)
    " ... Permita que eu feche os meus olhos,
    pois é muito longe e tão tarde!

    Pensei que era apenas demora,
    e cantando pus-me a esperar-te.
    Permite que agora emudeça:
    que me conforme em ser sozinha.
    Há uma doce luz no silencio,
    e a dor é de origem divina.
    Permite que eu volte o meu rosto
    para um céu maior que este mundo,
    e aprenda a ser dócil no sonho
    como as estrelas no seu rumo ... "


    Cecília Meireles
    O meu amor não tem
    importância nenhuma.
    Não tem o peso nem
    de uma rosa de espuma!
    Desfolha-se por quem?
    Para quem se perfuma?
    O meu amor não tem
    importância nenhuma.




    Canteiros (Música do Fagner baseada na obra de Cecília Meireles)

    Quando penso em você fecho os olhos de saudade
    Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
    Correm os meus dedos longos em versos tristes que invento
    Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento
    Pode ser até manhã, cedo claro feito dia
    mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
    Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa
    Para correr entre os canteiros e esconder minha tristeza
    Que eu ainda sou bem moço para tanta tristeza
    E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
    Pois se não chega a morte ou coisa parecida
    E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.


    Ou Isto Ou Aquilo (Cecília Meireles)

    Ou se tem chuva e não se tem sol,
    ou se tem sol e não se tem chuva!
    Ou se calça a luva e não se põe o anel,
    ou se põe o anel e não se calça a luva!
    Quem sobe nos ares não fica no chão,
    quem fica no chão não sobe nos ares.
    É uma grande pena que não se possa
    estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
    Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
    ou compro o doce e gasto o dinheiro.
    Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
    e vivo escolhendo o dia inteiro!
    Não sei se brinco, não sei se estudo,
    se saio correndo ou fico tranqüilo.
    Mas não consegui entender ainda
    qual é melhor: se é isto ou aquilo.


    4º Motivo Da Rosa (Cecília Meireles)
    Não te aflijas com a pétala que voa:
    também é ser, deixar de ser assim.
    Rosas verá, só de cinzas franzidas,
    mortas, intactas pelo teu jardim.
    Eu deixo aroma até nos meus espinhos
    ao longe, o vento vai falando de mim.
    E por perder-me é que vão me lembrando,
    por desfolhar-me é que não tenho fim.
    twiiter(antes_dosquinze)

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